Biodiversidade única
Na região paradisíaca onde os portugueses aportaram há mais de 500 anos no continente americano, encontramos um mosaico de ambientes marinhos, costeiros e terrestres, incluindo ecossistemas como recifes de coral, fundos de algas calcárias, manguezais, praias, restingas, florestas tropicais, mussunungas, vegetação aluvial, entre outros. Entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo, a região abriga mais de um milhão de pessoas - entre comunidades pesqueiras, indígenas e pequenas e médias cidades.
Historicamente marcada como a região onde teve início o processo de exploração em larga escala do capital natural do país - com a extração de pau-brasil - este território abriga diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Em sua parte marinha, é reconhecido por abrigar a maior biodiversidade marinha da porção sul do Oceano Atlântico, com registro de cerca de 1.300 espécies. A região possui a maior produção pesqueira da Bahia, responsável pelo sustento das famílias de mais de 20 mil pescadores. É também um dos principais polos turísticos do país, gerando cerca de 80 mil empregos, com destaque para as belas praias e o mergulho nos recifes durante o verão, e a observação das baleias Jubarte no período de julho a novembro.
Na porção terrestre, encontramos os maiores fragmentos remanescentes de Mata Atlântica do Nordeste, que servem de hábitat para um grande número de espécies ameaçadas de extinção, entre mamíferos, pássaros, répteis, anfíbios e plantas, incluindo a maior população nativa do pau-brasil, árvore que dá origem ao nome do nosso país. Boa parte destas espécies só pode ser encontrada nestas florestas, que de tão importantes para a proteção da biodiversidade global foram reconhecidas pela UNESCO como Sítio do Patrimônio Natural Mundial.
Conciliar a proteção desta biodiversidade única e o seu uso sustentável para o bem-estar das pessoas que habitam a região é o desafio que assumimos no território Abrolhos Terra e Mar.
CI-Brasil: legado e oportunidades
Presente há mais de duas décadas na região, a CI-Brasil teve papel central na ampliação da proteção do capital natural deste território, contribuindo para o estabelecimento de uma rede de unidades de conservação que totalizam cerca de 900 mil hectares, entre unidades terrestres, costeiras e marinhas.
A CI-Brasil acredita que é possível conjugar a proteção dessa biodiversidade única com o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis, como as cadeias de produtos e serviços ligados à pesca e ao turismo, como meio de melhorar a renda e, em última análise, o bem-estar das pessoas que vivem e visitam o local.
Para isso, a CI-Brasil aposta na sua capacidade de cultivar parcerias estratégicas na região e influenciar - com uma base sólida em ciência - os rumos do desenvolvimento nesse território, demonstrando as virtudes de uma sociedade que protege seu capital natural, produz riquezas de modo sustentável e estabelece uma governança participativa e transparente.
Nosso objetivo
Conciliar a proteção da biodiversidade e seu uso sustentável para o bem-estar das pessoas que habitam a região.
Nossa estratégia
- Fortalecer a gestão e promover o uso público de áreas protegidas emblemáticas da região (como os parques nacionais Marinho dos Abrolhos, Pau Brasil, Descobrimento e Monte Pascoal, as reservas extrativistas marinhas do Corumbau e Cassurubá, e o Refúgio de Vida Silvestre do Rio dos Frades);
- Ampliar a rede de áreas protegidas marinhas em 10 vezes, compatibilizando o desenvolvimento econômico e a proteção de hábitats críticos para espécies ameaçadas;
- Aumentar a resistência e a resiliência das comunidades e ecossistemas da região aos efeitos das mudanças climáticas, com foco na adaptação baseada nos ecossistemas;
- Aprimorar o manejo das principais espécies pescadas nas reservas extrativistas e o ordenamento da cadeia da pesca, visando a sustentabilidade das pescarias e o aumento do retorno econômico para as famílias dos pescadores;
- Restabelecer a conexão florestal entre os parques nacionais Monte Pascoal e Pau Brasil, por meio da restauração florestal de corredores ecológicos, gerando trabalho e renda na cadeia produtiva da restauração (coleta de sementes, produção de mudas, plantio, manutenção e monitoramento das áreas);
- Incentivar a gestão territorial integrada entre os diversos atores e instâncias locais e regionais, potencializando as iniciativas de conservação e uso sustentável dos recursos naturais.